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Certificado Kosher e o Impacto na Sua Exportação

Você conhece ou ao menos já ouviu falar do certificado kosher? Conhece sua origem? Sua história? Suas normas? Suas peculiaridades? E, principalmente, as oportunidades que o certificado kosher pode trazer na exportação do seu produto? Independentemente de ser ou não um seguidor ou uma seguidora do judaísmo, continue lendo esse artigo para saber mais sobre esse assunto e entender como a expressão do seu valor mercadológico transcende o nicho do mercado judaico.

Advinda da língua hebraica, a palavra kosher ou kasher, como pronunciado originalmente, significa limpo e puro. Literalmente, entretanto, significa permito. Enfim, não obstante sua definição exata, os produtos kosher referem-se a um conjunto de alimentos e modos de produção permitidos de acordo com as leis alimentares judaicas.

Assim como uma louça de vidro que ao ser quebrada pelo noivo em um casamento judaico se divide em vários pedaços, o povo judaico se encontra dividido em várias partes do mundo.

Por este e outros motivos, diversos especialistas acreditam que o certificado kosher, assim como o certificado halal, no qual você pode saber mais sobre neste artigo aqui, funciona como uma chave de acesso a todo um mercado de consumo.

E Qual O Potencial Exportador Dos Produtos Com o Certificado Kosher?

Estima-se que atualmente o mercado de produtos com o certificado kosher seja uma indústria avaliada em um total aproximado de 19 bilhões de dólares americanos e que até 2026 atinja 25 milhões. Afinal, somente nos Estados Unidos da América é estimado que haja um pouco mais de 10 milhões de consumidores que têm preferência por produtos com este selo.

Segundo uma pesquisa realizado pelo Pew Research Center, uma organização de pesquisas não governamental que atua nos Estados Unidos e no mundo inteiro, há aproximadamente 14.6 milhões de pessoas que se identificam como judias.

No entanto, há também aqueles que não se identificam como judeus, mas possuem uma tradição judaica herdade de seus antepassados, no qual, somados a conta, totalizam 17.8 milhões de pessoas com hábitos judaicos.

É estimado que 50% dessa população se encontre hoje nos Estados Unidos. Enquanto 30% viva em Israel, no Oriente Médio. Sendo, assim, juntamente com o Canadá, os três países que mais consomem produtos kosher.

Ademais, ao longo dos anos, o certificado kosher deixou de atrair somente o público que segue à risca as leis judaicas, e possui algum elo com a mesma, e passou a atrair consumidores que perceberam que este selo também é sinônimo de qualidade, confiabilidade e procedência garantida. Pois, para ser considerado kosher, há diversos processos e ingredientes analisados por certificadoras registradas.

Mas Antes, Qual a Relação Dos Principais Países Importadores Kosher Com o Brasil?

Segundo os dados ainda do Censo de 2010, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (o IBGE), aproximadamente 107 mil pessoas declararam-se judias, de um total de 190 milhões de brasileiros na época, menos de 1,0% da população. Devido a isto, os produtos kosher brasileiros, em especial a carne, são predominantemente destinados à exportação, em decorrência da baixa representatividade de pessoas que professam a religião judaica em território nacional.

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Em 2018, o Brasil faturou cerca de U$$380,5 milhões com as exportações destinadas a Israel. Os embarques de carne de frango e bovina, por exemplo, geraram em torno de U$$83 milhões em receita. Essa participação ilustra o peso do mercado kosher nas relações comerciais brasileiras.

Enfim, O Que Realmente é o Certificado Kosher e Quais Suas Normas?

O certificado kosher é um documento que para ser emitido depende da colaboração e total transparência nas informações que serão permutadas entre ambas: a empresa que fabrica o produto e a entidade judaica que emitirá o documento.

Para que o certificado kosher seja emitido e seja considerado, então, não TAREF – termo que indica o alimento não kosher, é necessário, primeiramente, que nunca se misture carne com laticínios. Seja para consumo ou na hora de fabricar, carne e leite nunca podem se misturar.

Entre outros, alguns alimentos que são proibidos na dieta judaica ortodoxa é a carne de porco e os frutos do mar. Apesar disso, peixes podem ser consumidos desde que tenham escamas e barbatanas. Ademais, é totalmente vedado o consumo de produtos que contenham sangue.

Ao solicitar o certificado kosher e receber a visita de um rabino ortodoxo para que seja realizado a análise, é importante que o produtor tenha higienizado todas as ferramentas que tiveram contato com produtos não kosher.

Geralmente frutas e cereais são naturalmente kosher, mas precisam ser livres de insetos. Bebidas alcoólicas também são autorizadas, mas os vinhos precisam ter o certificado mesmo assim.

Já o modo abate precisa ser realizado por um SHOCHET – uma pessoa profissionalmente autorizada a abater a carne kosher de acordo com a tradição judaica. E tal fato precisa ser SHECHITA – a maneira própria de abater os animais kosher para consumo. Isto é feito da seguinte maneira: a jugular do animal é cortada rapidamente, precisamente e sem dor com uma faca afiada. É estritamente proibido comer carne removida de um animal enquanto ele ainda estiver vivo.

Após o abate, os órgãos internos do animal são examinados para checar doenças potencialmente fatais ou ferimentos. A ocorrência de qualquer uma das dezenas de TEREIFOT – como são chamados esses defeitos, torna o animal inteiro não kosher. E, por fim, algumas partes do animal são retiradas.

A História e a Comunidade Judaica

Todos esses procedimentos são realizados para seguir as leis dadas por Moisés no Monte Sinai a mais de três mil anos atrás. Isto, hoje, se configura como uma tradição familiar milenar que reúne a comunidade. E o certificado kosher, como dito, vai além de um símbolo religioso e se torna uma tradição, um símbolo de confiança, um processo mundialmente reconhecido que atinge pessoas de diversas origens.

O judaísmo, fundado por Abraão no século XVIII (dezoito) antes da Era Comum, é uma das religiões monoteístas mais antigas do mundo. E uma das três mais influentes. Perseguidos durante o holocausto, hoje os seguidores da Torá encontram-se mais ativos do que nunca e sua história, por vezes, se confunde com a história mundial.

Apesar disso, ainda assim, há controvérsias em certas partes do mundo quanto a permissão do abate kosher. Em partes da Europa, como a Polônia por exemplo, há diversos debates e, por vezes, leis que visam restringir e/ou proibir o abate kosher. Isto acontece, pois, algumas pessoas considerarem crueldade abater o animal ainda consciente, sem dopar o animal, ou sobe normas religiosas.

A XPORT Jr.

Há muito que deve ser debatido na sociedade a respeito disso. E há mais ainda para ser debatido acerca do planejamento da implantação desse certificado, o qual pode funcionar como uma ferramenta para alavancar as vendas do seu produto. Por isso, caso queira entender como isso se aplicaria a sua empresa, entre em contato conosco para marcarmos uma conversa gratuita, portanto, não perca essa oportunidade!

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