Rodovia BR 465, Km 7 - ICHS, UFRRJ, Seropédica/RJ

Porque o dólar “decolou”?

Um fato incontestável ocorrido nos últimos anos é a alta do Dólar perante o Real. Não há como não perceber que o mesmo variou de uma maneira extremamente brusca indo de R$1,71 (fevereiro de 2012) para cerca de R$ 5,87 (12 de maio de 2020), quando alcançou sua máxima recente.

Este encarecimento foi sentido por todos, ainda que indiretamente. Ora, a famosa viagem de 15 anos para a Disney, o Iphone do ano, o carro zero… Tantas coisas se transformaram em sonhos quase impossíveis para muitas famílias brasileiras. Outros itens básicos como a gasolina e o arroz também tiveram altas consideráveis devido esta questão.

Hoje, a moeda estadunidense está em um patamar um pouco menor (algo próximo a R$5,29). Contudo, isto claramente não significa que o Dólar está baixo. Ainda é um valor preocupante que atinge o bolso de muitos trabalhadores, cuja solução, talvez esteja um pouco distante.

Mas as perguntas surgem: “O que levou isto a acontecer?”, “Por que o Dólar não volta a 2 Reais?” e “O que acontecerá no futuro?”. São perguntas complexas que exigem respostas complexas, porém não se preocupe, pois neste artigo apresentaremos um panorama sobre este assunto.

O mecanismo cambial: a engrenagem primordial

Antes de demonstrar as diversas razões que levaram o Dólar a se elevar tanto, é necessário conhecer conceitos econômicos simples. Um destes é o de câmbio. Podemos defini-lo como um valor comparativo que determina o quanto de uma moeda é necessário para negociar outra.

Então, se dizemos que o Dólar está a 5, queremos dizer que 1 Dólar pode comprar os mesmos bens que R$ 5,00 compram. Assim, vemos que 1 Dólar vale mais do que R$ 1,00. Entretanto, tais diferenças podem variar.

Caso aconteça algo no mercado que faça 1 Dólar comprar menos unidades de Real, isto significa que, o mesmo sofreu uma variação negativa. Esta é chamada de “Desvalorização”, enquanto o caso oposto de “Valorização”.

Estes são pontos essenciais para entender o funcionamento do mecanismo cambial. Podemos observar que existem diferentes regimes cambiais. No Brasil, é adotado o Câmbio Flutuante, porém em uma modalidade conhecida como “Câmbio Flutuante Sujo”, ou seja, o câmbio flutua conforme o mercado, porém o Banco Central do Brasil (BACEN) intervém para regular o valor a um ponto “aceitável”. É importante saber disso para entender o porquê do Dólar estar tão alto.

Muito além de uma simples questão

São várias questões a se considerar para interpretar a alternância de valor do Dólar. Entretanto, sabe-se que há duas moedas em jogo e duas situações possíveis para cada uma. Então, uma variação do câmbio pode vir de algo que afetou a moeda nacional ou a estrangeira.

Este efeito pode ter sido uma valorização ou uma desvalorização da moeda. Explicando de maneira mais concreta, suponha que houve uma alteração da taxa de juros brasileira que faça com que mais investidores apliquem sua fortuna no Brasil.

Isto fará com que o dinheiro brasileiro possua mais valor, e ainda que o Dólar permaneça estagnado perante o resto do mundo, se comparado ao Real, a quantidade de moeda comprada por um Dólar diminui, atestando uma valorização do Real.

Este exemplo pode ser usado de outros modos, afinal, se invertermos os países, a situação também será inversa. Se o invertemos a ação (Real desvalorizado), também ocorre o inverso. O que está sendo dito é que mudanças na economia afetam o câmbio – e estas podem vir de fatores internos ou externos.

Uma nota de um dólar americano
Uma nota de um dólar americano/Pixabay

O giro da engrenagem

Nas últimas linhas, foram explicitadas informações sobre o funcionamento do tal mecanismo. Mas é provável que ainda devam restar dúvidas sobre como a “engrenagem” do mesmo gira para subir o valor da moeda americana.

Deste modo, o grande ponto está na quantidade de moeda estrangeira circulando em um país (e também nas expectativas de investidores, mas isto logo será esclarecido). Como assim? Se um país possui um alto fluxo de capital vindo dos EUA, seja via turismo ou investimentos de estrangeiros, o Real se valoriza perante outras moedas.

Afinal, o Dólar ao ser trocado por Real, gera um aumento da demanda pela moeda brasileira. Se a demanda por Real aumenta, a tendência é que o valor da moeda também suba, pois graças as necessidades dos agentes econômicos, será aceitável pagar mais caro pela mesma. Em outras palavras, o aumento da circulação de uma moeda X em um país Y, valoriza a moeda Y.

As forças do mercado

Em relação às expectativas de investidores, há de se levar em consideração que os mesmos geralmente visam minimizar riscos e maximizar seus lucros. Assim, para evitar a possibilidade de perder dinheiro, investidores tendem a se afastar de ambientes dotados de instabilidade e/ou imprevisibilidade sobre o futuro.

Por esta razão, países em situações de crises econômica e/ou sanitária, inflação, descontrole fiscal, instabilidade política e conflitos militares são repelentes de investimentos. Por outro lado, nações e moedas com histórico estável são bem vistas pelo mercado.

Sobre juros, a alta dos mesmos atrai mais investidores a investir no país por acreditarem ser uma boa oportunidade de fazer dinheiro. Percebe-se que os interesses do mercado são um ponto chave para a credibilidade de uma moeda.

De volta para o passado

Para se entender as razões do ocorrido, é preciso olhar para trás. É nítido que o Dólar iniciou sua jornada para o alto em 2013. Neste período, elevou-se uma enorme instabilidade política devido a descoberta de diversos esquemas de corrupção em solo nacional.

Além disso, havia uma grande preocupação com o gasto público. Tais fatores motivaram empresários a retirar investimentos do Brasil, fazendo o Dólar subir.

Além disso, emergiu uma combinação de crise econômica e inflação que aprofundou os problemas citados surtindo mais efeitos sobre o câmbio. Posteriormente, devido Reformas Macroeconômicas, foi possível melhorar a credibilidade monetária brasileira.

Entretanto, isto não durou muito. A instabilidade política gerou incertezas que assustaram o mercado, fazendo com que o Real novamente despencasse de um precipício.

Efeito Covid

Se os problemas brasileiros já eram sérios, a pandemia chegou para agravá-los. De fato, a maioria das moedas se desvalorizaram, porém a queda do Real foi colossal. Uma das principais razões foi alta propagação do corona vírus fulminada pela pouca atenção às medidas de lockdown.

Além do ambiente pandêmico já ser considerado desfavorável, isto levou a uma demora para a retomada da economia e, portanto, a um baixo crescimento do PIB. Outros efeitos foram a elevação dos Gastos Públicos (seja para medidas sanitárias ou de proteção social) e o aumento da instabilidade política.

O início da vacinação também tardou a acontecer, amplificando ainda mais os outros fatores. Na realidade, todos estes fatores se multiplicaram pela instabilidade decorrente, tornando-se uma bola de neve.

A SELIC

Antes da Pandemia, já existia um processo de redução da taxa de juros brasileira (SELIC), tendo caído para 2%. Opostamente, no início de 2020, os EUA elevaram sua taxa (CEIC). Este contraste teve efeitos já explicados: Os EUA se tornaram mais atraentes para investimentos, e o Brasil menos, havendo desvalorização do Real e Elevação do Dólar.

Atualmente, o Brasil vem elevando a SELIC na tentativa de contornar o alto índice inflacionário. Esta medida convergiu para uma queda do Dólar. Contudo, devido a bola de neve criada, não tem sido o suficiente, continuando o mesmo acima de R$ 5,00.

A Balança Comercial – Existem benefícios no Dólar alto?

A Balança Comercial consiste na diferença entre exportações e importações. Quanto maior esta, significa que mais dinheiro tem entrado na economia (“Superavit comercial” – o oposto seria “Déficit Comercial”), e maior o PIB.

O ponto é que a desvalorização do Real torna importar e viajar para o exterior mais caro, porém os produtos nacionais mais baratos e competitivos no mercado internacional.

Toda crise é uma oportunidade. Logo, aproveitar este momento para iniciar exportações pode ser uma cartada de ouro.

A bola de neve “Dólar”: e, afinal, para onde vai?

Percebemos ao longo deste artigo como chegamos a esta situação. Foi um processo de cerca de uma década que transformou a economia brasileira em um cubo mágico em que ao corrigir um lado/variável, desorganiza outro/outra.

Pelo Brasil adotar um regime de Câmbio Flutuante, as reviravoltas externas/internas sempre terão algum impacto sobre as cotações, embora garanta maior credibilidade monetária.

Assim, o que era uma crise política desencadeou em uma crise fiscal e econômica. Com o passar dos anos, estas foram se aprofundando e formando uma teia de problemas envolvendo câmbio, inflação, SELIC, PIB, desemprego, saúde fiscal, problemas sociais e pandemia.

De fato, resolver o quebra-cabeça da economia brasileira é um desafio difícil que influencia e é influenciado pelos sub desafios que possui. Um deles é a alta cotação do Dólar. Várias medidas foram tentadas como Reformas Econômicas, aumento da taxa de juros, venda de divisas. Ainda assim, o Dólar continua alto, mesmo cedendo em certos momentos.

Mas afinal, o que podemos esperar do futuro? Alguns economistas acreditam que o valor deva cair um pouco nos próximos meses devido o aumento da SELIC. Caso haja uma alta da commodities, isto pode impulsionar uma valorização do Real.

Entretanto, a prevista elevação da CEIC pode levar investidores a retirarem suas aplicações do Brasil rumo aos EUA. Além disso, a incerteza quanto às eleições, o receio de crescimento da Dívida Pública e o prolongamento da pandemia também podem causar uma elevação do Dólar.

Por estas razões, espera-se uma cotação de R$ 5,60 a R$ 5,70 conforme expectativas de diversos economistas e instituições (como a ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Para o próximo ano, é ainda mais difícil prever, embora acredite-se que o mesmo deva “cair” (porém, é muito cedo para ter esperança em uma taxa de câmbio menor do que R$ 5,00).

Como a XPORT Jr. entra nisso?

A instabilidade cambial entre o Dólar e o Real mesmo sendo um fato complicado do ponto de vista macroeconômico, pode ser vista como uma porta aberta para o sucesso, pois é um ótimo momento para exportar.

Contudo, fazem-se necessários uma boa análise internacional e um bom planejamento de exportação. Afinal, mesmo em um ambiente favorável, existem riscos.

Felizmente, a XPORT Jr. oferece estes serviços. Então, se está procurando expandir sua marca para mundo, não hesite em entrar em contato conosco clicando aqui. Não perca esta oportunidade única!

Author

Compartilhe essa publicação:

Últimas publicações

Comentários

Iniciar conversa
Olá! 👋

Gostaria de realizar um orçamento sem compromisso?
Verified by MonsterInsights