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Internacionalizando a Indústria Têxtil: Setor Vestuário em Foco.

O Brasil é um país internacionalmente conhecido por suas dimensões geográficas continentais, as quais lhe trazem vantagens comparativas produtivas devido a sua diversidade climática e oferta de recursos naturais e matérias primas, detendo participação crescente no mercado internacional como um dos principais players exportadores do mundo – principalmente, com relação à soja. No entanto, vale lembrar que o Brasil também constitui-se, segundo a OEC World, como o segundo maior exportador mundial de Raw Cotton e, que esta histórica e crescente demanda desta commodity tem permitido que o setor e indústria de vestuário, considerado jovem, frente ao indiano, se consolidasse no Brasil como quarto maior neste segmento, assim como o quinto maior país em indústria têxtil do mundo.

“Dentre os países da América do Sul, o Brasil é o único com posição de destaque na produção têxtil mundial. O país representa 2,4% da produção mundial de têxteis, ocupando a 5ª posição no ranking mundial. Com relação a produtos do vestuário, ocupa o 4º lugar, com 2,6% da produção mundial.” (FIEG, 2019).

Apesar da autossuficiência em produção de algodão brasileira, não se pode negar o fato de que o Brasil possui a maior cadeia têxtil e mais completa do ocidente; produzindo desde algodão, fibras, fiações, confecção, atuação aquecida no varejo até sediando grandes eventos de desfiles de moda. Deste modo, verifica-se que o setor têxtil detém tamanha importância no mercado interno não somente pelo fato do Brasil ser considerado o quinto maior em termos consumo mundial de bens oriundos de indústrias têxteis, mas também por haver números significativos de novos negócios no setor de vestuário devido à significativa demanda por diversos públicos por seus produtos, atraindo fortemente, por conseguinte, a atenção de investidores nacionais e estrangeiros para este setor.

Além disso, de acordo com as informações providas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o Brasil é considerado o segundo maior empregador da indústria têxtil e o quarto maior produtor de produtos têxteis no mundo, perdendo apenas para o setor alimentício, o que claramente reafirma a importância do setor do têxtil e de confecção para a economia nacional, o qual constantemente demandam pelo uso intensivo de mão de obra, o que gera rendas e empregos e, portanto, promovendo o crescimento econômico do país.

O que Podemos Dizer Sobre o Setor de Vestuário no Comércio Exterior?

Segundo ComexStat, plataforma de consulta sobre o comércio exterior brasileiro, em 2021 foram importados cerca de US$1,39 bilhões em vestuário e seus acessórios (Código 84 da CUCI Divisão – Classificação Uniforme para o Comércio Internacional), no período de janeiro a setembro. Apenas no mês de março contabilizou maior número em importação, aproximadamente US$221 milhões. Sendo China, Malásia, Tailândia, Bangladesh e Paraguai os principais países que constituem maior parcela deste valor, respectivamente, com o maior exportador, China, obtendo aproximadamente US$570.303.922 na sua transação comercial com o Brasil neste período.

Não obstante, vale salientar que os itens de vestuário e acessórios chineses, por sua vez, têm conquistado uma significativa parcela do comércio internacional ao longo do período. Isso decorre pelo fato de haver menor burocracia no processo de exportação para outros países, por conseguinte, contribuindo para que eles sejam responsáveis por aproximadamente 50% das transações comerciais internacionais oriundos de indústrias têxteis.

Já em relação às exportações também deste período, o Brasil exportou um total de US$112.516.216, referente ao setor de vestuário e acessórios. Ao ordenar a relação dos países que mais importam este produto brasileiros deste setor, temos: Paraguai, Estados Unidos, Uruguai, Chile e Bolívia. Sendo Paraguai e Bolívia, os quais importaram respectivamente US$26.131.013 e US $5.747.059 ao longo do período em análise. Estes números representam a realidade do mercado de vestuário brasileiro prospectado no exterior que, além da produção ser muito mais voltada para o consumo interno, o Brasil recorre também significativamente às importações (compra de produtos estrangeiros) que, certas vezes, apresentam um custo menor.

De acordo com a ApexBrasil, o setor têxtil e de confecção brasileiro tem grande visibilidade no cenário mundial, não exclusivamente por seu profissionalismo, diversidade e tecnologia, porém também pelas proporções de seu parque têxtil, o qual engloba empresas desde a produção de matérias-primas (fibras naturais e sintéticas), deslocando-se pelas tecelagens até o produto final (vestuário e cama, mesa e banho).

Com números significativos, o Brasil produz 9,8 bilhões de peças ao ano, sendo referência mundial em beachwear, jeanswear, além de cama, mesa e banho. Os produtos brasileiros se encontram presentes na China, Itália, Paquistão, Bangladesh e Estados Unidos. No entanto, vale salientar que o Vietnã tem se tornado um dos compradores mais significativos dos produtos brasileiros.

Existe Algum Incentivo à Importação em Andamento?

A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) está reivindicando, juntamente à Câmara de Comércio Exterior (Camex), a possibilidade de diminuição imediata da alíquota de imposto de importação das peças de vestuário de inverno. De acordo com o diretor executivo da Abvtex, Edmundo Lima “o pleito visa trazer racionalidade às alíquotas de imposto de importação de produtos de inverno e alinhá-las à média aplicada no comércio mundial, uma vez que no Brasil não há oferta em quantidade, qualidade e diversidade capaz de atender a demanda dos varejistas e consumidores.”

Quando o nosso país e o Mercosul elevaram a alíquota do imposto de importação dos produtos de vestuário de 20% para 35%, desde 2007, sendo esta a taxa mais alta permitida pela Organização Mundial do Comércio, a ABVTEX veio defender que tal reajuste implementado pelo governo não detinha qualquer fundamento, pois não há produção nacional significativa da categoria de inverno, logo, não há razões a fim de proteger com alíquotas tão alta um mercado que é basicamente inexistente no Brasil.

Deste modo, a ABVTEX busca reduzir com seu pleito os atuais 35% para 16% já para o início de 2020 com intuito de alinhá-las à média do mercado internacional. Segundo a nota de imprensa da Associação Brasileira, esta proposta busca uma redução a fim de oferecer preços mais competitivos para o consumidor na próxima estação outono/inverno e possibilite o acesso por parte da população de baixa renda, beneficiando o público de todas as classes sociais.

Impactos da COVID-19 e Alternativas para o Setor

A pandemia do COVID-19 fomentou o fechamento do comércio, afetando diferentes tipos de negócios, entre eles os de vestuário e acessórios. Em um momento permeado por incertezas e expectativas, a adoção de estratégias com intuito de minimizar os impactos dessa crise requer muita resiliência, reinvenção, planejamento e, principalmente, criatividade. Diante disso, muitas indústrias optaram em realinhar sua linha de produção mediante às necessidades de segurança e outros itens importantes para o setor de saúde, tais como, máscaras e aventais, os quais se encontravam em falta ao longo da crise em 2020 no Brasil. Além disso, a reinvenção das indústrias voltaram-se para as plataformas online de venda, o e-commerce, o qual já era uma tendência – e portanto, vantagem – setor de vestuários e acessórios já havia implementado e continuava a se desenvolver antes da crise do coronavírus. Outra alternativa ao e-commerce, seriam os marketplaces – ou seja, portais que reúnem diversos ofertantes de diversos serviços e produtos em um só portal tal como Americanas.com, Amazon Shopping, Magazine Luiza, entre outros.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Sebrae, alguns pequenos negócios que se reinventaram durante a crise tiveram um aumento no faturamento. No entanto, as previsões de reabertura do varejo, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) prevê uma estimativa de que as indústrias do setor de vestuário e acessórios fechem o ano com um aumento gradual de suas atividades online e offline com aproximadamente 70% da capacidade pré-pandemia. Por fim, verifica-se um clima de expectativa positiva de retomada das atividades econômicas do setor para o momento pós-crise estimada por meio de uma enquete realizada na Abit, no qual 68% dos participantes afirmaram esperar uma retomada do comércio ao nível que existia na pré-quarentena, dentro de um prazo de 12 meses com estimativa da retomada da normalização produção têxtil e de confecções na metade do prazo

Como a X Pode Ajudar?

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