Em 1502, as primeiras mudas de cana chegaram ao Brasil, trazidas por Gonçalo Coelho. Em Pernambuco, entre 1516 e 1526, o primeiro engenho de açúcar foi instalado na feitoria de Itamaracá. Nas primeiras décadas de presença portuguesa, o número de engenhos no Brasil se multiplicou rapidamente.
A primeira cachaça teria sido estimulada entre 1516 e 1532, em algum engenho do litoral. É notório que desde o início do processo de formação da sociedade brasileira a cachaça sempre esteve presente e se mostrou extremamente relevante para todo o cenário econômico brasileiro, desde o consumo interno até o mercado externo.
Atualmente, mesmo diante de um volume aquém do seu tamanho potencial no quesito exportação, a cachaça tem aumentado a sua importância em todo o cenário internacional. Devido ao fato de poder ser utilizada em diversos drinks, a exportação de cachaça se torna cada vez mais interessante para os produtores brasileiros.
De acordo com os dados apresentados por um provedor de pesquisas de mercado, a Euromonitor International, a cachaça é o terceiro destilado produzido localmente mais vendido do mundo, ficando atrás apenas da Vodca (Rússia) e o Soju (Coréia do Sul).
Apesar da diminuição da exportação de cachaça nos últimos anos, este produto brasileiro ainda apresenta grande potencial de crescimento. A cachaça é a primeira indicação geográfica do Brasil, o que garante uma produção e comercialização unicamente brasileira no mercado internacional. Além disso, é um produto artesanal que tem caído no gosto dos americanos e dos europeus. Diante disso, fica evidente que há um mercado internacional que pode ser explorado única e exclusivamente por empresas brasileiras.
Com as afirmativas levantadas anteriormente, questões devem ser levadas em conta no que diz respeito à exportação de cachaça: O que ocorreu com a venda do produto nos últimos anos? Quais os possíveis mercados que podem ser explorados? E, por fim, quais são os benefícios de exportar este produto?
A exportação de cachaça nos últimos anos
Ao analisarmos o mercado externo, podemos chegar a conclusão de que o potencial de crescimento das exportações de cachaça é incrivelmente alto. Quando comparamos os dados referentes à exportação deste produto, por valor e volume do período compreendido entre 2010 e 2019 e o tamanho do mercado internacional de bebidas destiladas de cana-de-açúcar em 2018, que foi superior a US$ 1,0 bilhão de dólares, segundo o ITC International Trade Map, fica ainda mais evidente que a exportação de cachaça tem muito a crescer.
Mesmo diante de um potencial de crescimento alto, a exportação de cachaça tem diminuído nos últimos anos. A partir do ano de 2015, o valor de cachaça exportado cresceu, saindo de US$13,32 milhões em 2015 e indo para US$15,80 milhões em 2017, porém desde 2017 esse valor vem diminuindo. No ano de 2017 para o ano de 2018, o valor exportado diminuiu para US$15,61 milhões e, no ano de 2019, o valor foi de US$14,45 milhões.
Apesar de mais baixo que nos anos anteriores, os números de 2019 ainda são bastante relevantes. No ano de 2019, a cachaça foi exportada para 67 países, segundo o Ministério da Economia, totalizando 159 exportadores brasileiros. Os três principais destinos da exportação de cachaça no ano de 2019, no quesito valor exportado, foram: EUA (25,05%), Paraguai (11,52%) e Portugal (9,49%). Já no quesito volume, em litros, este quadro muda um pouco: Paraguai (25,89%), Alemanha (14,79%) e Estados Unidos (13,27%).
Se a situação já não era animadora no ano de 2019, no ano de 2020 a situação piorou um pouco mais. Devido às dificuldades econômicas provocadas pela pandemia do coronavírus, a queda na exportação de cachaça em 2020 foi de 24% em volume, quando comparada ao ano de 2019. O Brasil exportou cachaça para 70 países, número maior que o de 2019, porém teve volume exportado de 5,57 milhões de litros em 2020. Com os embarques, o setor faturou US$9,5 milhões, valor 34,8% menor do que os US$14,6 milhões do ano anterior, a maior queda já registrada na exportação do produto.
Especialistas alegam que essa queda exorbitante se deve ao difícil contexto econômico e social gerado pela pandemia da Covid-19 que, entre tantos desafios, como o isolamento social, impôs o fechamento de bares e restaurantes, impulsionou restrições à comercialização de bebidas alcoólicas em diversas regiões e, ainda, teve a adoção de lockdowns.
Possíveis novos mercados para a exportação de cachaça
Apesar de um ano de 2020 turbulento, é importante destacar alguns mercados que cresceram no último ano e podem se tornar ótimos destinos para a retomada dos tempos de ouro da exportação de cachaça. Em comparação ao ano de 2019, a França teve um alto crescimento tanto em volume quanto em valor, em 2020 aumentou 24,53% em seu volume e 9,45% em seu valor. Também comparado a 2019, a Alemanha teve um crescimento de 2,74% em volume e 6,44% em valor. A Bélgica foi o país que mais cresceu nos dois quesitos, 48,43% em volume e o incrível crescimento de 107,09%, em valor.
Esse aumento pode ser explicado pelo crescimento da popularidade dos drinks que utilizam a cachaça como base em solo europeu.
Outros países que não estavam no top 5 dos maiores importadores mostram grande potencial de retorno, sendo considerados oportunidades para inserção da cachaça em mercado chaves de destilados como a Índia (4,1% CAGR) e China (3,5% CAGR até 2020) (em inglês, CAGR é taxa composta de crescimento anual).
O aumento do investimento no setor
O Ibrac (Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência) assinou no final de 2020 um convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) que prevê investimentos no valor de R$3,4 milhões no setor até 2022. De acordo com o instituto, mais de 50 empresas brasileiras serão apoiadas pelo projeto “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil”.
O objetivo é ampliar a base exportadora, além de aumentar o valor das exportações de Cachaça. O projeto vai trabalhar inicialmente os mercados prioritários como Alemanha, Estados Unidos, França, México, Reino Unido, Itália e Chile, e como mercados secundários, Bélgica e Suíça.
As ações do projeto incluem rodadas de negócios e participação em feiras internacionais.
O enorme potencial de crescimento da exportação de cachaça
Apesar de estar diminuindo o seu valor exportado nos últimos anos, a cachaça ainda se mostra com grande potencial para gerar bastante renda aos produtores brasileiros. Dentre os fatores que contribuem para essa afirmação, está o fato de ser bebida nacional do Brasil por decreto federal e o Brasil deter o monopólio da comercialização da mesma. Além disso, podemos destacar também o crescimento do consumo do mercado europeu, apesar da pandemia do coronavírus. E, por fim, vale ressaltar também a iniciativa do IBRAC em investir no setor e ajudar os produtores a se inserir no mercado internacional.
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